terça-feira, julho 29, 2003

Suas excelências pensaram
Sª Exª o Presidente da República e mais um conjunto de proeminentes figuras da nossa Justiça pensaram! Foi ontem à noite, à volta de uma mesa no palácio cor de rosa.
Pensaram, pensaram, pensaram... e concluiram serem necessárias reformas na Justiça. É claro, sublinhou Sª Exª, que não esteve em causa qualquer processo em concreto. É claro que aquelas brilhantes cabeças pensantes se reuniram a propósito de "nada". Pensaram, simplesmente.
É claro que nem sequer a oportunidade em que se juntaram pode ter algo a ver com qualquer processo em concreto. Quando muito (e estarei a ser injusto...) terão resolvido juntar-se em função de algumas queixas de cidadãos anónimos, que se sentiram injustiçados pela Justiça.
Não pode, pois, ser mais que uma coincidência que Sªs Exªs tenham jantado com o barulho oriundo de alguns PS's e outros notáveis como fundo. Situações como as de Paulo Pedroso e Carlos Cruz, por exemplo, não foram minimamente influenciadoras do repasto e da reflexão.
Comentar a "actualidade pedófila" é perigoso, não só porque se deve presumir a inocência de todos os detidos, como porque aparentemente a Justiça vem assumindo posições largamente questionáveis (e questionadas).
Todavia, há uma pergunta que "salta": fossem outros os detidos (e há-os), fossem outros os escutados (e há-os, certamente), haveria tais e tantas reflexões?
Arrisco um NÃO! (assim, gritado e exclamado). Não haveria, como não houve no passado mais ou menos longínquo. Por isso, arrisco também escrever o que pode ser levado à conta de "heresia": ainda bem que alguns foram detidos, ainda bem que alguns foram (são) escutados!
Acordaram os políticos para eventuais alterações a uma legislação eventualmente injusta. No fim, todos poderemos ganhar.

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