domingo, setembro 28, 2003

Cheira a podre II
Já aqui escrevi que isto não é para ser feito com recurso a cópias e/ou transcrições, mas não tenho vergonha de "importar teses" que partilho e que outros escreveram melhor do que eu faria.
Ora leiam isto:
"Podiam também aproveitar a história do helicóptero para melhor dissecarem as “corporações” de bombeiros em Portugal, que hoje servirão para quase tudo menos para apagar incêndios. Por ali se traficam influências e poderes, se preparam e fomentam guerras autárquicas, se delapidam recursos públicos em investimentos de utilidade mais que duvidosa. Uma corporação algures para os lados de Melres – sabem onde fica? – até investiu numa câmara de descompressão! – sabem para que serve? Aliás, a eficácia na extinção (e prevenção) de incêndios, varia na razão inversa da sofisticação de equipamentos."
Original no "Mata-mouros"

sexta-feira, setembro 26, 2003

Cheira a podre
A história do helicóptero de Lamego, que supostamente ali está para acudir a situações de emergência mas que servia para turismo, mostra bem até que ponto funciona o corporativismo, neste caso dos bombeiros.
O ministro suspendeu o comandante dos bombeiros locais - nem podia ser de outra maneira - e demitiu o responsável distrital da Protecção Civil e Bombeiros.
E logo se começou a ouvir o coro de protestos. Uns dizem que estão inocentes, outros que o ministro não devia ter feito o que fez. Ou seja: não se pode mexer com aqueles senhores.
Enquanto não se alterar profundamente a organização dos bombeiros, a coisa continua assim:
- uns fogos são bem combatidos, outros não;
- as protecções cimentam-se em almoçaradas, a coberto de reuniões importantíssimas;
- o nosso dinheiro é gasto (também) em promoções pessoais de uns quantos "baronetes".
O ministro, que esteve tão mal durante todo o Verão, teve agora uma oportunidade de se "limpar": teve sorte.

terça-feira, setembro 23, 2003

Lindo
A ler, na próxima quinta-feira algures num "jornal de província", sobre um dos estádios do Euro2004:
(adaptado) "Há obras modernas com tanta falta de qualidade que nem sequer ruínas bonitas dão".
Desabafos
Tch!! Mais uma eternidade pousado. A vida é assim: não tenho tido disposição, mas agora apetece-me.
Apetece-me comentar dois factos do dia (segunda-feira, entenda-se).
Assunto 1: Dia sem carros
Estou como o director do "Público" no seu editorial de hoje. Para que serve esta treta, se não acontece nada para além de folclore?
Há três (ou quantos?) anos que andamos nisto, e que vantagens resultaram na generalidade das cidades aderentes?
Aqui pela "cidade média" onde resido... nada. Promessas, mais promessas, outras promessas... e tudo na mesma.
Tudo na mesma, não. Tudo pior porque, apesar da crise, não pára de aumentar o número de carros que invade tudo quanto é espaço e sítio.
Os autarcas deviam deixar-se de tretas.

Assunto 2: escutas telefónicas a suspeitos de fogo posto
Sua insolência e pesporrência o bastonário da Ordem dos Advogados veio a público chorar as escutas telefónicas que visam suspeitos de fogo posto. O inefável Júdice entende que é uma violência, que a polícia devia procurar as provas de outra forma.
Não diz qual, mas eu suspeito: como a maioria dos fogos aconteceram na "região centro", deviam-se convidar os suspeitos para a sua Quinta das Lágrimas, ali em Coimbra, onde entre chás e torradas os agentes da PJ, delicadamente, fariam as perguntinhas. Pelo meio, Júdice cobrava o serviço de cafetaria à PJ e os serviços de advogado aos suspeitos...
O maior de todos os advogados não se enxerga e faz por não perceber que nós (ou alguns de nós) percebemos que muitos advogados não sabem fazer mais nada do que entravar a Justiça.
Eu, cidadão português, estou-me nas tintas para os métodos da PJ na procura dos responsáveis pelos fogos, desde que a integridade física dos sujeitos não seja posta em causa. Quero é que encontrem os culpados.
O bastonário dos advogados precisava de umas bastonadas...

segunda-feira, setembro 15, 2003

De luto
Não era suposto que o "Mocho" estivesse pousado tanto tempo (coisas da vida...) e muito menos era suposto que voltasse a voar por esta razão.
Morreu Vítor Damas e eu estou de luto: nunca joguei futebol a sério, muito menos tentei ser o "Damas", mas desde sempre me conheço sportinguista e muito muito novo tive o supremo gozo de jantar ao lado dele.
O Sporting acabara de se sagrar campeão e a equipa veio jantar à minha cidade. O meu pai levou-me e eu calhei ao lado dele. Algures - não sei onde, mas vou procurar - hei-de ter um autógrafo dele...
Ele foi (ele é) - como o Azevedo e o Carlos Gomes para outros - o "meu" guarda-redes. Lembro-me de um célebre jogo para uma Taça europeia (não me recordo qual...), contra o Glasgow Rangers, em o Sporting foi a penáltis para decidir a passagem à fase seguinte: o Damas - bem à minha frente em Alvalade - defendeu uma série impressionante de penáltis. Para nada: os golos fora valiam o dobro e os escoceses já estavam apurados...
Suprema ironia: o Damas morreu com o estádio onde tanto brilhou.
Paz à sua alma.