domingo, outubro 19, 2003

Será?
Aqui há anos, num qualquer congresso do PSD, o inefável Alberto João desabafou para um microfone supostamente fechado que parecia que estava tudo grosso...
Desculpem a comparação, mas parece que é verdade. Olhamos à volta, blogs incluídos, e que vemos? Tudo à cabeçada, declarações cada uma mais disparatada que a anterior, um cenário "de crise" que ultrapassa em muito uma "simples" dificuldade de equilíbrio económico e financeiro.
Desde o "pequeno" caso do helicóptero de Lamego à polícia municipal do Porto, passando por acórdãos divergentes da Relação sobre o mesmo detido, a confusão é completa: há seis meses que o País parou, grudado à força no "caso Casa Pia".
Desde sexta-feira que a situação piorou e parece, agora, que nada salva o segundo maior partido, o garante da alternativa, logo da democracia.
É evidente que a coisa é muito grave e que as pessoas que o dirigem - precisamente porque são pessoas - devem andar meias desorientadas. É evidente que é impensável ouvir o "primeiro-ministro sombra" dizer que se está cagando para o segredo de justiça.
A situação é grave, gravíssima: como é possível que continue a fuga de gravações telefónicas para a rua? De onde vêm? Claro que só podem vir de um sítio. E claro que o chefe desse sítio só pode demitir-se. Ontem se possível...
Esta é a questão de princípio que se deve colocar: como é possível que o Procurador-Geral da República continue a ser o mesmo?
Mas há outras questões. São verdadeiras as transcrições que vieram a público? E não acontece nada aos intervenientes, que claramente tentaram mover céus e terra em favor de um amigo? E Jorge Sampaio? Agora não tem nada a dizer?
Portugal, a sociedade portuguesa, está doente. Muito doente. A sério: um país não aguenta tanta exposição a este desenrolar de insanidades. Até há relativamente pouco tempo, eram os políticos que tinham má fama. Era o futebol que era apontado como sede de tráfico de influências e outras maldades.
Hoje, que pensará o português médio de tudo isto? Com as condições de vida a agravarem-se, com o desemprego a crescer, pode pensar-se o quê? Que Alberto João tem razão?

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