segunda-feira, outubro 27, 2003

E não se pode demiti-lo? Ou, ao menos, calá-lo?
O senhor bastonário da Ordem dos Advogados parece muito mais uma “picareta falante” que o ex-PM António Guterres. Não sei se se lembram que era este o seu “petit nom” enquanto apenas secretário-geral do PS: tinha opinião sobre tudo, bastava-lhe um microfone à frente para começar a debitar.
José Miguel Júdice está pior. Muito pior. Doentiamente pior. Oportunisticamente pior.
O bastonário da AO tomou posse em Janeiro de 2002, e tanto quanto me lembro entrou relativamente “de fininho”, propondo muita coisa mas, fundamentalmente, falando para dentro da Ordem (ler aqui).
Entretanto, tudo mudou. Onde propunha um “congresso da Justiça”, onde deviam caber todos os seus agentes, agora guerreia tudo e todos. E, durante mais de uma ano, andou calado quanto à denúncia dos abusos e da não garantia dos direitos dos cidadãos perante a Justiça.
De repente, Júdice assestou baterias sobre tudo o que mexesse. Ministério Público, juízes, etc, etc. Não há dia em que não haja uma declaração de Sª. Exª.
A semana passada – por muito que agora o negue – pediu a demissão do Procurador Geral da República. Agora escreve-lhe uma carta aberta (ler aqui), onde desanca o responsável pela investigação do caso Casa Pia.
Tenho uma vaga ideia de que, entre tantas escutas telefónicas, há uma ou mais que o envolve. Tenho ideia de que foi publicado (e não desmentido) que Júdice falou com António Costa sobre a situação de Paulo Pedroso.
Júdice devia ter vergonha, calar-se ou demitir-se. Os advogados deviam ter vergonha, mandá-lo calar ou ajudá-lo a demitir-se.

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