quinta-feira, junho 26, 2003

Sobre a imprensa “escrita”
Anda aí na blogosfera uma grande irritação contra um qualquer cronista/director de suplemento/inimigo dos blogs. Entre muitos outros argumentos dispersos, li um que me fez soltar uma exclamação de espanto: então não é que ainda há quem insista na velha tese do fim do papel?
Lembro-me (e não sou assim tão velho...) que quando a net se começou a vulgarizar houve quem se apressasse a vaticinar (diria decretar) o fim dos livros e dos jornais: em breve (no próprio dia...) deixar-se-ia de comprar livros e jornais. Qualquer pessoa os leria na WWW, comodamente, sentada frente ao computador.
Nada daquilo aconteceu, nem poderia acontecer. Mais que não fosse porque não é prático levar o computador (e toda a tralha periférica) para o WC... Não podia acontecer porque não é de todo a mesma coisa ler no papel ou no monitor. Não podia acontecer porque, mais tarde ou mais cedo (como hoje está “cientificamente” comprovado), os conteúdos seriam pagos (não venham dizer-me que os livros e os jornais também, porque não é a mesma coisa).
Agora com os blogs passa-se o mesmo. Este espaço de infinita (?) liberdade não ameaça a imprensa “escrita”. E, se se pode dizer isto, muito menos em Portugal. Não concordaremos todos que ainda há um enorme défice de computadores? E que, além disso, os existentes estão mal distribuídos (eu, por exemplo, tenho três à disposição...)?
Se percebo o “fenómeno”, os blogs podem vir a ser mais um meio no universo mediático. Mais um, sublinho. Não em vez de um...
Deixem-nos crescer e multiplicar e desejem o mesmo aos jornais e livros. Sem medos e/ou antecipações futuristas/catastrofistas.
Já agora... Alguém me explica qual é a imprensa não escrita?

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